'touristas'

diário de notícias 30/08/2006
Roberto Dores em Évora
o título principal é inventado, o título acima é o original da notícia !
num telejornal fixei três opiniões iguais:
o que veio cá fazer ?
resposta: 'ver matar o touro (ver correr o sangue) ...'
e outra:
e que tal está o ambiente?
resposta: 'está mal, estava bem quando era proíbido ...'
Longe dos tempos em que as polémicas festas de Barrancos abriam os noticiários, com destaques de 20 minutos, a vila voltou ao que era antes do Verão quente de 1999, quando deu entrada a primeira providência cautelar contra os ancestrais touros de morte. Mas se à população da terra até agrada esta espécie de regresso às origens, também já há quem recorde com saudade os anos em que a vila rebentava pelas costuras. Mesmo assim, ontem o tabuado da Praça da Liberdade encheu-se para ver tombar os primeiros dois touros.
Os mais de 20 mil visitantes que entre 1999 e 2000 fizeram de Barrancos a localidade portuguesa mais mediática, em finais de Agosto, estão hoje reduzidos a menos de 5 mil, segundo números fornecidos ao DN pela própria GNR, para quem a pouca adesão de forasteiros ficou espelhada, por exemplo, no baile de segunda-feira à noite. "Está sempre cheio e estava fraquinho, fraquinho. As pessoas preferiram ficar nos cafés", conta uma fonte policial.
Mas há outros dados que evidenciam a crise mediática em que mergulhou Barrancos. É fácil arranjar estacionamento no interior da vila, quase junto à improvisada praça de touros, quando há seis anos já era bom conseguir lugar para o carro junto ao miradouro (a dez minutos a pé do centro), enquanto nas ruas se caminha à vontade e sem encontrões. Já nos restaurantes é fácil encontrar mesa, quando nos anos conturbados se chegava a esperar mais de uma hora, regra geral, de cabeça ao sol.
"Não tínhamos mãos a medir para servir a clientela que começava a chegar logo de manhã e que ia entrando e saindo até de madrugada", revela a proprietária de uma das casas que serve o "touro estufado" lidado no dia anterior mais célebre de Barrancos. A mesma reconhece que a facturação desses quatro dias seria, pelo menos, o dobro da alcançada actualmente. Esta empresária admite que foram "belos tempos" para a economia local, sendo que Joaquim Lopes, proprietário de um café, também considera que a quebra de mediatização das festas, "afinal, prejudicou-nos".
A comissão de festas alega que este ano é mais fraco "apenas porque calha em quatro dias de semana e só no fim é que se fazem as contas". Nelson Berjano, que presidia à autarquia durante a legalização das touradas, admite que as pessoas estejam com saudades da facturação dos "anos dourados", mas sublinha que nessa altura os "barranquenhos não viviam as suas festas e hoje tudo é calmo.
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